segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

EDUCAÇÃO CAÇA-NÍQUEL


http://www.mst.org.br/jornal/308/realidadebrasileira
O ex-ministro Paulo Renato e ex-secretário de educação de São Paulo fez o dever de casa para a expansão dos mercenários da educação no Brasil.
Educação na perspectiva do finado é um grande balcão de negócios extremamente lucrativo. 
E a realidade atual em São Paulo confirma o caminho escolhido pelos senhores da privataria:
Folha de São Paulo, 06/02/2012 - São Paulo SP
Grandes grupos passaram a orientar as tendências no setor educacional

JOÃO DOS REIS SILVA JÚNIOR ESPECIAL PARA A FOLHA Universidades privadas de SP estão com problemas para o início deste ano letivo. Há duas décadas o setor privado evolui e se consolida como opção deliberada de política de Estado. Neste período, a proporção de oferta de vagas oscilou em torno de 75% para o setor privado e 25% para o público. É necessário diferenciar os grupos no setor privado. Pequenas instituições foram fundidas em empresas educacionais maiores e, em seguida, foram vendidas para grupos financeiros internacionais ou nacionais. Há também os grandes grupos de capital nacional e as confessionais. Paralelamente a isso, e por isso, o Estado produziu programas como o Prouni [bolsas de estudo em escola privada] e o Fies [financiamento estudantil] para produzir oferta e atender a demanda. Disso resulta a forte tendência da internacionalização da educação superior privada pela via da abertura de capitais na bolsa de valores.

Grupos que trilham esse itinerário passam a orientar as tendências do setor. Com uma gestão ditada pela rentabilidade do capital financeiro internacional, os professores sofrem as consequências neste grupo. Porém, nos demais a situação é pior, pois não há entrada de capital internacional. Esta é a situação das   quatro universidades em pauta. Ressalte-se também que pesquisas mostram que alunos estão trabalhando para estudar, e não estudando para conseguir e manter colocação no mercado de trabalho. Outrora a educação superior era questão de Estado. Hoje, se encontra em fórum normatizador de acordos e contratos de comércio internacional. O Estado não tem soberania no setor. A educação se tornou mercadoria e fetiche. Os atores do setor devem reivindicar e mostrar isso à sociedade. Mas, em última instância encontra-se o Estado. É bom lembrar-se das palavras bíblicas "quem pariu Matheus que o embale".

Aliás é bom que se diga que o modelo vislumbrado pela turma da privataria é o chileno onde o estado se desobrigou da educação e a população sofre com o endividamento, confira entrevista da líder estudantil Camila Vallejo aqui.
As regras do modelo de educação para os países latino-americanos foram gestados pelo BIRD e pela OCDE que orientaram os ajustes estruturais neoliberais. Uma análise introdutória de Roberto Leher sobre as reformas educacionais neoliberais orientadas pelo Bird pode ser lida aqui
Para uma avaliação mais geral, ver a análise realizada por Paulo Nogueira Batista que se debruçou sobre o Consenso de Washington para desvendar a visão neoliberal sobre os problemas da América Latina, aqui.
E no caso de Goiás, voltando o olhar para a educação básica, o que esperar de um secretário de educação que teve parte de sua campanha para deputado financiada por grupos ligados à educação privada?
Lista de doadores tem escolas particulares: O Popular consultou, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a prestação de contas do deputado Thiago Peixoto - ele foi eleito deputado federal pelo PMDB, mas deixou o mandato para assumir a Secretaria Estadual da Educação. Dos 124 doadores da campanha do parlamentar, três são escolas e pelo menos um é proprietário de escola particular em Goiânia. Juntos, doaram apenas R$ 15 mil do total de R$ 2.131.713,17 que Thiago Peixoto declarou à Justiça Eleitoral.Figuram como doadores o Colégio Visão, com R$ 5 mil, e MDO & Escolas Associadas Ltda. e R&M Sistema Educacional, com R$ 2,5 mil cada, além do presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado de Goiás (Sinepe), Krishnaaor Ávila, com R$ 5 mil. Grande parte de suas doações foram feitas pelo próprio Thiago Peixoto: são sete, que somam R$ 488 mil. (Por Carla Borges. Fonte: http://www.mp.go.gov.br/portalweb/42/noticia/12f11c89483174b45403ff0e0c21f585.html)

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