quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Lendo Jack Goody






O Roubo da História: como os europeus se apropriaram das idéias e invenções do Oriente é um livro que precisa ser lido, sobretudo, pela intelectualidade brasileira que emana em seus estudos e idéias o mais real eurocentrismo, enfim, mais realista que o rei. Nem a própria Europa, atualmente, é tão etnocêntrica quanto nossos eurocentristas. Mas esta é uma questão para outro momento.
Jack Goody (http://en.wikipedia.org/wiki/Jack_Goody) um conceituado antropólogo inglês desmonta, com uma imensa carga de argumentos comparativos e embasados em longos anos de estudo, a farsa inconsciente ou consciente produzida pelas ciências humanas e estudos históricos europeus que legaram ao Oriente o atraso econômico, o autoritarismo despótico, a incapacidade de produzir conhecimento científico.
A farsa produzida sobre as bases de um saber objetivo e imparcial retirou do Oriente e da África a capacidade de produção de valores básicos (democracia, individualismo, amor etc.) presentes em qualquer agrupamento humano, conforme inúmeras pesquisas etnográficas e arqueológicas vêm demonstrando.
Da mesma forma contesta as visões idílicas da Idade Média européia, uma vez que sendo o momento do inicio da idéia de Europa têm sido vangloriada apesar de ter sido um período violento, repressivo e dogmático.


Apresento trecho em que Goody discute a Invenção da Antiguidade, em específico a questão Política. Chamou-me a atenção pelo fato de sua afirmação estar diretamente ligada a nossa própria época. Sobre a questão política ele contesta o legado da antiguidade clássica em seus aspectos básicos: democracia, liberdade e a prática da lei. A transcrição é de um trecho em que ele analisa a questão da prática da lei, afirmando que mesmo em sociedades de tradição oral houveram leis complexas estabelecidas:

“(...) De fato, a noção de “domínio da lei” é interpretada pelos membros de culturas letradas de modo estreito. Manuais foram escritos sobre o direito dos nuer, dos tswana e outros. A lei oral acabou sendo incorporada aos códigos escritos das novas nações das quais passaram a fazer parte. É verdade que fatos recentes na África subsaariana podem dar a impressão de que “o domínio da lei” não existe no continente. O mesmo, porém, pode ocorrer com relação aos recentes eventos no Iraque, Bálcãs, ou na Europa Oriental, e por vezes mesmo na Europa Ocidental. O uso da força militar onde quer que ocorra é o oposto ao domínio da lei, mesmo que essa surja como resultado das ações militares. (pp. 72-73)

Em outro trecho Goody interpreta a questão das conexões e continuidades entre o “mundo clássico” e o oriente:

“(...) a meu ver, a tendência para rejeitar conexões orientais remonta a problemas mais gerais de ‘raízes’ e etnocentrismo, agravado pela expansão do Islã a partir do século XVII, às derrotas nas Cruzadas e à perda cristã de Bizâncio. Naquele tempo, a oposição entre Europa e Ásia tomou a forma de uma oposição entre Europa cristã e Ásia islâmica, que herdara os estereótipos mais antigos de “Europa democrática” e “Ásia despótica”. (...) Num nível mais amplo, o etnocentrismo nos separa dos outros e ajuda a definir nossa identidade. Mas é um mal guia para história, especialmente para a história mundial.(p. 75)

Está aí para o desfrute geral, boa leitura e reflexão: http://www.editoracontexto.com.br/produtos.asp?cod=388

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Momento Ginkobiloba


Pra refrescar a memória do eleitor, denuncia de tráfico de influência contra Marconi, e captação ilícita de recursos contra Marconi e o atual governador Alcides. Deu na Época:
Petição do procurador geral da república denunciando nossas excelências:
Documento em que a Desembargadora Beatriz Figueiredo negando a liminar, conforme pedido de Marconi, confirmanria o tráfico de influência:
Tais denúncias podem até terminar em Pizza mas nas urnas queimaremos estes sujeitos do velho tempo novo coronelístico, autoritário e corrupto que vem governando Goiás nos últimos 11 anos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sexismo e futebol

Gostaria de conversar sobre a questão do sexismo no futebol. Sabemos que o racismo, o machismo, a homofobia, enfim, a depreciação do diferente emerge no momento das competições. Isso ficou visivel com o fim do campeonato brasileiro de futebol, série A, alguns eexemplos que retiro do Twitter e do MSN são evidências dessa emergência.

Aqui um de meus contatos no msn afirma que é o primeiro campeão heterossexual desde que os pontos corridos foram instituidos no campeonato.


Já neste caso um colega que sigo no Twitter diz que este ano viado não irá comemorar o campeonato.
Vocês poderão dizer que isto é querer forçar a barra para o politicamente correto, mas são nestes pequenos gestos que elementos depreciativos mantém os preconceitos e discriminações que causam as adscrições em nossa sociedade.
Não vejo muita diferença nestas palavras dos gestos de selvageria dos torcedores organizados em seus exércitos brancaleônicos.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O quarto poder e a farsa da objetividade científica



Artigo de Idelber Avelar na Revista Fórum de novembro analisa o tipo de intelectual que tem respaldo e respalda a grande mídia. http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=7823 "Acadêmicos amestrados" é o título e a alcunha para uma estratégia de manipulação e controle de idéias. Ou seja, só expõe idéias na mídia certos intelectuais que têm uma mesma postura e defendem idéias que os diretores de jornalismo crêem, ou que os anunciantes defendem.

Não há debate transparente de idéias, mas sim uma manipulação de idéias que afirmam ser verdadeiras, uma vez que os acadêmicos são chamados para opinarem sobre assuntos em que são especialistas, porém sempre são os que defendem uma mesma idéia. Nada mais fazem do que seguir a cartilha de Joseph Goebbels. Em Goiás mesmo, nenhum grande meio de comunicação publicou algo sobre as postagens anteriores que denunciam e citam políticos goianos da “direita” em esquemas de caixa dois, improbidade administrativa entre outras falcatruas.