segunda-feira, 25 de maio de 2009

Nos 33

Cheguei à dita idade de Cristo. São alguns anos de estrada e ainda não tenho uma definição de meus projetos futuros, o presente me engole, o passado me consola, mas não sei mesmo onde quero chegar...
Nos últimos anos estou envolvido com o magistério, sou professor PIII pelo Estado de Goiás, mas não me sinto um escolhido pelo dom ou pela predestinação, e o descaso e a falta de reconhecimento para com o nosso trabalho tem contribuído para uma diminuição das expectativas enquanto profissional da educação. 
Contribuiu para aumentar a desilusão uma conversa com uma colega que hoje a três anos para sua aposentadoria, com mestrado e trabalhando como Diretora, portanto, quase dedicação exclusiva, seu salário não chega a dois mil reais. Piora mais ainda quando comparo nosso vencimento com o da polícia militar ou civil, que é bem maior quase o triplo. Não que os policiais não mereçam, mas nós como educadores merecemos muito mais. 
Infelizmente a educação ainda será por algum tempo uma moeda de troca para candidatos se elegerem às nossas custas.
O que fazer então! Prestar concursos para a esfera federal e deixar o estado? E é o que eu tenho feito, mas até quando continuaremos deixando a educação básica em âmbito estadual por não termos expectativas de boas condições de trabalho, salário digno, plano de carreira descente, possibilidades de formação contínua e de qualidade? 
Caso ocorra tais mudanças poderemos contribuir para levar educação de qualidade a todos que dela nescessitam, mas enquanto não muda, continuaremos fracassados, sem esperança e adoencendo como temos visto com inúmeros colegas com depressão, stress, afonia, ler, dort e burnout...

2 comentários:

  1. Infelizmente nós, jovens profissionais, nos deparamos com esta situação absurda todos os dias!
    E o que nos dizem os nossos colegas próximos a aposentadoria?"Aproveita enquanto você ainda é jovem e saia da educação!Eu já não posso mais!"
    Imagine se todos nós, cansados de lutar, resolvessemos seguir estes sábios e tristes conselhos?!

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  2. Pois é Kênia, também já ouvi conselhos desse tipo.
    Nós professores sofremos de um processo de desmemorização geradora de apatia e desesperança, isso é muito sério.

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